domingo, 4 de setembro de 2022

Alma Brasileira

Todo munda sabe que se hoje existem negros e mestiços no Brasil
A razão foi a escravidão, o tráfico negreiro, o comércio humano que se fez do século dezesseis ao século dezenove, durante trezentos anos, portanto. Período em que de cada cem pessoas que chegavam ao Brasil oitenta e seis eram africanos escravizados, sendo somente quatorze colonos portugueses. Ou seja, durante trezentos anos fomos um país de população 86% africana. Fato que, mesmo após o fim do tráfico negreiro e os processos migratórios e de miscigenação, ainda nos dá o título de país com a maior população negra fora do continente africano. Por conta disso, poderíamos até mudar o nome do nosso país, sem perda de sentido, para Segunda África.

Todos sabem que se somos morenos, pardos, negros, mestiços, mulatos, etc., é por que corre muito sangue africano em nós, 
Sangue daquela gente que foi comercializada pelos Europeus.

E o que me assombra, o que me apavora,
É o fato de que a nação que nos tornamos, após esse longo período de inumanidade, é que, mesmo sabendo de tudo isso, nós, enquanto nação, nos identificamos com os valores não dos homens e mulheres dos quais descendemos, mas dos senhores portugueses que os venderam e os fizeram viver em condições miseráveis e humilhantes.

A imensa maioria dos brasileiros, mesmo negros retintos, vê com péssimos olhos tudo que remete à África, seja em relação à música, aos modos de se vestir, à religião.
Ao passo que vê com olhos brilhantes e sorriso no rosto tudo que remete à Europa, tanto culturalmente como religiosamente, aderindo a tudo que veio de lá.

Somos culturalmente brancos, mesmo que quando nos olhemos no espelho vejamos nossas peles escuras refletidas, nossos cabelos crespos refletidos, nossos narizes largos e redondos refletidos, nossos lábios grossos refletidos, nossos olhos pretos refletidos...

Somos culturalmente iguais àqueles "senhores" que afirmavam que nossos ancestrais não tinham alma.
Ao passo que somos inimigos mortais de tudo que esses mesmos ancestrais, 
- Cuja fisionomia é a mesma que a nossa -, 
criaram e acreditaram, expressando isso sempre que associamos Orixás à demônios, sempre que alisamos nossos cabelos, sempre que operamos nossos narizes ou nos maquiamos para "afiná-lo",
sempre que nos envergonhamos de nós mesmos e desprezamos nossas origens.

Origem não de escravidão, mas de um povo de reis e rainhas que foram covardemente roubados e que deveria lutar para reconstruir seu antigo orgulho que foi despedaçado pela cruz de malta e pela espada.



Escrito por: Matheus Freitas




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sexta-feira, 2 de setembro de 2022

Poetinha de Bel

Vivo em um lugar destruído.

Moro, literalmente, no fim do "mundo".

O "mundo" identificado com a beleza, com a liberdade, com a paz:

Esse mundo eu desconheço.


Belford-Roxo, Xavantes... 

Alguém conhece?

Alguém já ouviu falar?

- Talvez, apenas, por conta da violência...


E eu, que só queria ser poeta...

Eu, que vivo nesse triste e feio lugar,

Onde as flores morrem por causa da poluição, 

Onde as pessoas cortam árvores para passarem concreto no chão.

Eu, que queria nascer em um lugar onde a vida valesse alguma coisa.

Em algum lugar onde bichos e árvores valessem tanto quanto pessoas...


Mas me vejo nesse mundo perdido num canto abandonado,

lugar onde as pessoas não encontram razões para viver, para escrever, para lutar,

para amar...


Quero amar, quero viver, quero fazer o mundo um lugar mais bonito.

Quero paz, mas não a paz do cemitério, quero a paz da rede ao vento, quero a paz da vida alegre consigo mesma...


O que tenho, porém, é o cheiro de podridão do valão a céu aberto que passa pela minha rua...

O que tenho é o cheiro de gasolina da fumaça dos caminhões de carga que passam cuspindo nuvens negras de poluição...

O que tenho é a vida amarga e os dias amargos causados por viver a única vida que tenho e terei por toda eternidade, nesse lugar terrível, tétrico, apocalíptico.


Escrito por: Matheus de Freitas


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domingo, 28 de agosto de 2022

Ansiedade, ócio e falta de tempo.

Escrito por: Jonathan de Freitas Sales

    Fico extremamente chocado com a falta de tempo que temos atualmente. Não sei se no passado também costumava ser assim, pois ainda sou jovem enquanto escrevo esse texto, mais especificamente tenho 24 anos de vida. Resumindo, fui engolido pelo boom tecnológico do novo milênio. Hoje, em 2022, estamos completamente cercados de conteúdos, me refiro especialmente à internet. Netflix e outros streamings. Youtube, Twitter, TikTok, algumas das maiores redes sociais e reprodutores de vídeos do mundo. Se você tem um smartphone, com certeza está dentro desse ciclo infernal, que mesmo que não queira fazer parte, ainda assim faz. Se não tem um smartphone, seja por escolha ou por falta de dinheiro, as pessoas que os tem, farão questão de alertá-los sobre tudo o que está acontecendo no mundo. E, ao meu ver, é muita coisa para digerir ao mesmo tempo.

    Vinte e quatro horas num dia parece pouco para os indivíduos do século XXI, estudar, trabalhar, namorar, cuidar de um filho, arrumar a casa, fazer comida, ter algum tipo de lazer, ler um livro, utilizar o maldito smartphone e suas redes sociais, se informar sobre as últimas notícias, política, economia, futebol e por aí vai. Qualquer pessoa que pense em fazer todas essas atividades em apenas um dia, ou já está completamente perturbada, ou vai ficar. Eu sinceramente tento pensar que não estou pertubado. Já estive nessa posição de querer fazer tudo ao mesmo tempo dentro das 24 horas que temos durante o dia. Porém hoje, tento ver o tempo de forma mais abstrata, não como o dia normal (manhã, tarde e noite), mas como um todo. Um dia de infinitas horas em que posso realizar várias atividades ao mesmo tempo sem me preocupar com cumpri-las de imediato num só período de tempo determinado.

    Quando assumimos o fato de que não temos tempo de fazer tudo o que queremos nessa vida, algo muda, ainda não sei exatamente o que. Mas você para de se importar com coisas pequenas, sem valor, sem importância. Por exemplo, querer ver todos os filmes de sucesso que são lançados nos cinemas, acompanhar todas as novelas da globo, ler todos os best-sellers, é literalmente impossível andar junto com o ritmo da produção capitalista. O mesmo serve para a vida comum, poucas pessoas conseguem conciliar trabalho, estudo, relacionamentos e lazer nos dias de hoje, tão conturbados pela tecnologia. Chega um certo ponto que a vida comum se mistura com a vida digital, todos estão ao mesmo tempo conectados em carne e osso e conectados pelas telas de aparelhos eletrônicos móveis.

    Antes de continuar com minha teoria, quero mostrar-lhes um rápido exemplo do meu próprio dia: acordei 08h00; tomei café com cuscuz e ovo; continuei a leitura “A Guerra dos Tronos”; joguei multiversus no meu playstation 4; ajudei minha mãe com algumas atividades dentro de casa; ajudei um amigo do meu pai a consertar seu celular que estava com a bateria danificada; almocei; assisti um episódio de Better Call Saul e depois outro de Only Murders in the Building; fui convidado para um show de stand-up comedy e aceitei sem hesitar; fui; encontrei alguns amigos; dei algumas risadas; voltei. E agora estou escrevendo esse texto, um pouco chateado e um pouco perplexo, pois queria fazer muito mais coisas.

    Porém, enquanto escrevo isso, são 00h43 da manhã e já tomei meu calmante para dormir, em mais ou menos meia-hora estarei dormindo (assim espero). E de fato, preciso dormir, mas algo dentro de mim não quer. Algo dentro de mim quer ficar acordado realizando atividades sem parar, revezando entre estudar, ler, jogar, procurar vagas de emprego no Riovagas, até mesmo alguns trabalhos de freelancers. Além disso, tenho que aproveitar o final das férias da universidade para buscar horas complementares, que também dependem de tempo para serem realizadas, o próprio nome já é bastante sugestivo.

    Eu reclamo, protesto, mas tenho que reconhecer alguns dos meus privilégios. Sou um homem solteiro, com poucos relacionamentos de amizade. Não sou pai de família, no máximo um tio que não convive com seu sobrinho. Estou desempregado e a única coisa séria que faço é justamente a universidade e meus estudos além do campo acadêmico. Esse texto serve mais como um desabafo, sinto-me por vezes sufocado, tentando nadar contra a maré e infelizmente falhando todos os dias.

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terça-feira, 13 de agosto de 2019

As dificuldades na vida escolar e profissional do aluno de escola pública

Escrito por: Jonathan de Freitas Sales

Introdução:

    A meritocracia é a ideia de que os que dominam a nossa sociedade, são os que alcançaram o mérito devivo. Os que se esforçam, trabalham e se dedicam. Porém, quando iniciamos uma discussão sobre educação e sociedade brasileira, torna-se um árduo trabalho colocarmos a prática meritocracia em funcionamento. Devido a desigualdade social do nosso país, dependendo em qual classe social estamos inseridos, ter o mérito e o poder pode ser uma tarefa inatingível. Bourdieu pode explicar isso perfeitamente nas suas aulas ao Collège de France em 1982, sobre os conceitos de campos e posição social. O objetivo deste estudo é entender quais são os principais problemas e dificuldades que o aluno de escola pública, em sua maioria pobre e negro, enfrentam. Da Educação Básica - o Ensino Fundamental e Médio - até a Universidade e por fim, o temível mercado de trabalho.

    "Bourdieu em uma das aulas no Collège de France discorre sobre os conceitos das posições, disposições e tomadas de posição. Segundo ele as posições são onde os indivíduos estão na sociedade e as disposições são seus habitus (valores, vivências, entre outros), sendo assim existem posições feitas e as posições a fazer. As “feitas” são posições de onde os sujeitos surgem na sociedade e as “a fazer” são por sua vez onde estes pretendem chegar, buscando o aumento dos capitais culturais e econômicos" (Freitas, 2022, p. 3, não publicado). Sendo assim, fica mais díficil que uma pessoa proveniente duma baixa posição, tanto econômica como cultural, alcance seus objetivos de vida, formar-se, ter um bom emprego, ter um bom salário, "ficar bem de vida". Essa lógica bourdieusiana quebra completamente a ideia de meritocracia.

Metodologia:

      Os resultados aqui apresentados são advindos de pesquisas de dados estatísticos quantitativos de Institutos Nacionais de Pesquisa. E as possíveis opiniões são baseadas em observação participativa de campo, sendo aluno de escola pública por toda a minha vida, desde o Ensino Básico até atualmente a Universidade, acredito ter o arcabouço necessário para escrever sobre o tema. Faz-se também necessário dizer que venho da classe "menos privilegiada materialmente" (Bell Hooks, 2013), também conhecida como pobre, autodeclaro-me um homem pardo, cisgênero e homossexual. Tive minhas experiências nas salas de aula por mais de 10 (dez) anos, e foram diversas, desde o sofrimento de bulliyng até o recebimento de um certificado de aluno destaque (que no final das contas não vale de absolutamente nada). Todavia, tenho que ater-me ao objeto da pesquisa, as dificuldades que os jovens estudes enfrentam durante e depois da passagem pelo sistem público de ensino

Os problemas do ensino público:

    O sistema da educação

    Um dos principais causadores da ineficiência da educação brasileira é a Base Nacional Comum Curricular. Ele visa orientar os professores para que as disciplinas necessárias sejam aplicadas para os alunos. Basicamente são as matérias que não podem ficar de fora da sala de aula. Não acredito que a BNCC seja ruim, mas sim defeituosa. Ela substima a capacida dos alunos, além de perpassar por assuntos extremamente importantes de forma rápida. Ademais, algumas matérias poderiam ser adicionadas à BNCC: algo relacionado com as Ciências Políticas, para ensinar os alunos as atribuições dos orgões e instituições governamentais; Educação Financeira, ensinar os(as) adolescentes e jovens adultos(as) a utilizarem seus salários de forma consciência, ensinar a poupar, ensinar que evitem dívidas enormes; Cidadania, ensinar aos alunos procedimentos sobre documentações civis e residênciais, sobre seus direitos e deveres, sobre o voto e a democracia de seu país. Na minha opinião é importante tirar o cargo desses assuntos das outras matérias, como história, filosofia, sociologia e abrir outras disciplinas, mais leques de ensino. Para isso seria necessário mais tempo (ensino integral) de estudo e também a reformulação da atual BNCC, coisa que não é tão simples de conseguir realizar. E o mais importante, é necessário também igualdade social, não podemos ser levianos de acreditar que todo este plano dará certo se milhões estão abaixo da linha da pobreza enquanto poucos desfrutam do melhor desta terra. 

     Evasão escolar

    Para entender o motivo da evasão é necessário que conheçamos o perfil socioeconômico dos alunos de escola pública e também que retomemos a questão das desigualdades sociais. Em sua grande maioria esses estudantes são de classe baixa, moradores de favela, da baixada ou do subúrbio. Muitos destes estudantes trabalham deste adolescentes para ajudar suas famílias e isso faz com que o número de evasão escolar aumente. No censo escolar (2014/2015) do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), a evasão escolar do primeiro e segundo ano do ensino médio chegam a 12,9% e 12,7% respectivamente. Chega o momento, para este aluno que está divido entre escola e trabalho, que ele terá que decidir entre trabalho e estudo. E muitas das vezes, ele ou ela escolhe o trabalho, justamente para ajudar nas contas dentro de casa, ajudar os pais a comprarem comida, roupas para si mesmo, que sejam itens básicos ou superfluos. Quando o trabalho parece mais recompensador que a escola, a escolha para uma pessoa pobre será muito óbvia, mesmo que difícil.

    Analfabetismo funcional

    Mais de 30% dos alunos chegam ao Ensino Superior com dificuldades de interpretação de texto e também em operações matemáticas. Segundo o INAF (Indicador de Alfabetismo Funcional), numa relação de alfabetismo e escolaridade: nos anos finais do Ensino Fundamental, 34% dos alunos saem analfabetos funcionais, já no Ensino Médio esse número diminui para 13%, seguindo a lógica que quanto maior a escolaridade, menor será o número de analfabetos. Porém somente 1/3 (um terço) dos alunos que chegam ao Ensino Superior podem ser considerados proeficientes. Esse numero é assustador, é horrível imaginar que numa sala de aula da Universidade mais da metade dos alunos não são completamente alfabetizados. Esse problema deve ser resolvido ainda no Ensino Médio, não podemos adiar a alfabetização dos adolescentes de jovens para o grau superior. 

As dificuldades enfrentadas após o término do Ensino Médio:

    Ingresso na universidade ou cargo público 
    
    O ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) é a prova que o aluno do ensino médio deve fazer para conseguir uma vaga em universidades públicas ou bolsa estudantil em faculdades particulares. Porém o ensino da escola pública não prepara o aluno para vestibulares e/ou concursos. Praticamente nenhum aluno de escola pública, por mais aplicado que seja, consegue entrar em uma universidade pública somente com o lecionado em sala de aula, os que conseguem a vaga estudam em pré-vestibulares (quando a família/aluno tem condições de pagar) ou de forma autodidata. Digo isso por experiência própria, da minha turma do Ensino Médio, de 40 alunos, lembro de somente dois ou três conseguiram entrar na primeira tentativa numa Instituição Pública de Ensino Superior.  

     Permanência na universidade 

   Continuar na faculdade, para um aluno pobre que veio de escola pública, é um grande desafio. Se pensarmos que a grande maioria desses alunos vem de famílias pobres, muitos não conseguem permanecer na universidade por falta de dinheiro, mesmo com as políticas de bolsa permanência, auxílio moradia, auxílio transporte. O que ocorre é que as bolsas não cobrem todos os alunos que necessitam, vários deles ficam sem receber os benefícios e  então são novamente forçados a trabalhar ou ficam dependentes dos familiares (exatamente como se dá a evasão dos Ensino Fundamental e Médio). Além disso os alunos pobres costumam morar ou trabalhar longe das universidades, muitos precisam se locomover durante horas em transportes públicos e quase sempre chegam na sala de aula severamente atrasados, quando não perdem as aulas. 

    Mercado de Trabalho
    
    Não podemos esquecer daqueles que não seguem a formação acadêmica. Esses seguem do ensino médio direto para o mercado de trabalho, nos empregos comuns, de salário mínimo. Alguns até podem dar a sorte de ter um contato, amigo ou familiar, e conseguir um emprego que pague bem, mas não é a realidade da grande maioria. Porém esse processo de sair do ensino médio e entrar no emprego não se dá de forma automática, os últimos dados (1º trimestre de 2019) do IBGE sobre o desemprego mostram que entre os jovens de 18 a 24 anos, 27,3% estão desempregados. Estes jovens desempregados consequentemente entrarão em trabalhos informais, subempregos, ou simplesmente serão dependentes. Para ser bem visto no mercado de trabalho, esse indivíduo precisa ter vários e vários cursos complementares, além do Ensino Médio. Domínio sobre o Word e Excel, saber outros idiomas, ter experiência de mais de 2 anos no cargo desejado, esses são alguns requisitos comumente exigidos pelas maioria das empresas. Agora, imagine um jovem que acabou o Ensino Médio, sem nenhum desses requisitos, onde esse indivíduo irá chegar no campo metafórico de Bourdieu? 

Considerações Finais

    Com todos os dados e afirmações apresentados nesse estudo, podemos concluir que os problemas e dificuldades enfrentados pelos alunos de escola pública são advindos de um só lugar. A classe e posição social à qual estão inseridos. Todas as problemáticas existem devido as divisões de classes, a má distribuição de renda, o baixo e insuficiência salário minímo que não sustenta os gastos básicos de uma família. Tudo isso reflete no desempenho dos alunos e se pensarmos logicamente, também dos professores. A vida prática dos adolescentes, jovens e adultos, vistos aqui como a família de baixa renda, reflete diretamente no estado do Ensino Público e ao mesmo tempo a educação é um espelho das vivências desses jovens. Não só no nível de escolaridade mas também em toda a carreira profissional.

    É preciso saber o que deve ser feito, no momento ainda não tenho as respostas, mas tenho as questões. Por que nossos jovens evadem a Escola? Por que muitos dos nosso jovens chegam a faculdade ainda analfabetos funcionais? Por que não existem formas eficientes de manter os alunos dentro das Universidades? Sugiro que os orgãos públicos e o Estado às responda. Hoje, sou somente um mero estudante que reflete e coloca em palavra seus pensamentos, não tenho poder para mudar nada no nosso país. Mas, espero que um dia, como professor, tenha alguma possibilidade de ação. 


BOURDIEU, Pierre. Sociologia geral – Vol. 2: habitus e campo: Curso no Collège de France (1982-1983). São Paulo: Fábio Ribeiro, Editora Vozes, 1a Ed. 2021.

HOOKS, Bell. Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade. Tradução: Marcelo Brandão Cipolla. São Paulo: Editora Martins Fontes. 2017. 

Todos os direitos reservados.

Atualizado em: 27/08/2022

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